sexta-feira, 26 de junho de 2015

O NASCIMENTO

Durante a gestação o trabalho do pai é acompanhar a mãe e fazer tudo para que ela se sinta mais confortável, e ela já começa a sentir as mudanças no corpo, já vai criando uma ligação com o bebê, e o pai tem que aprender a criar essa ligação, porque não sentimos as mesmas sensações que a mãe, só sabemos que o bebê está mexendo quando a mãe avisa, por isso a mãe já se sente mãe antes do pai se sentir pai, pois nós saímos com nove meses de desvantagem em relação a mãe, pois o bebê só vai nos ver e nos conhecer quando nascer.

Eu passei os nove meses procurando ser a pessoa mais útil do mundo, apesar de morar em cidades diferentes, sempre que era necessário eu estava junto dela, ia nas consultas, nos exames, estava presente sempre, mas tivemos muita sorte nessa fase, minha sogra também sempre esteve do lado, meus pais sempre mostraram disposição para qualquer coisa e a minha irmã também nos acompanhou, ou seja, apoio não faltou.

No dia de fazer o exame para saber o sexo do bebê eu estava muito nervoso, mas muito nervoso mesmo, porque uns achavam que ia ser menino outros diziam que ia ser menina, e eu tentava ser político dizendo que não importava o sexo do bebê, mas dentro da minha mente eu gritava: TOMARA QUE SEJA MENINAAAAAAAA! Pois é, embora na maioria das vezes o pai prefira um menino para ser seu companheiro, eu desde sempre quis ser pai de menina, eu acho que é um desafio legal, então quando o médico disse que ia ser menina eu confesso que fogos de artificio explodiram na minha cabeça.

A gravidez foi tranquila, e o data prevista para o nascimento estava chegando, a ansiedade aumentando, as noites cada vez mais mal dormidas devido a expectativa (estou falando de mim, a minha esposa dormiu bem sempre hahaha) até que chegou o dia e nada... Sério, nenhuma contração, nenhuma dor, nadinha, vamos para mais uma consulta, o médico pediu para ela caminhar bastante, e esperar que a qualquer momento poderia nascer. Acho que ela deu uma volta ao mundo caminhando, e nada, tudo que podia fazer foi feito, até que uma semana depois da consulta, pela manhã, eu estava indo dar aula num estágio que estava fazendo o telefone tocou, minha sogra dizendo que ela estava com dor e estavam indo para o médico, depois me ligaram pra dizer que aquele era o dia, minha filha iria nascer.

Lógico que larguei tudo que estava fazendo e fui para casa dela, mas ela já estava no posto de saúde esperando uma requisição para ir para o hospital, o que aconteceu perto das 14:00, lá me falaram que o bebê iria nascer a noite, ia demorar um pouco, então perto das 16:00 fui acertar umas coisas que tinha que fazer, botar gasolina no carro, levar meu sogro no mercado, fazer tudo que podia para depois ficar no hospital esperando. Mas não era 16:30 minha sogra ligou, atendi achando que ela ia pedir para eu levar alguma coisa, mas não era, ligou para me avisar que a Vivi tinha nascido, rápido assim, eu lembro que saí correndo para o hospital, pensando em tudo que iria fazer quando chegasse lá, mas o que eu mais pensava é que a Vivi esperou eu sair para chegar.

Quando cheguei no hospital, minha sogra me recebeu, falou que estava tudo bem, e a hora que elas estivessem prontas iriam me chamar pra eu conhecer minha filha. Confesso que eu abri a porta pra tentar espiar mas a enfermeira não deixou eu entrar e disse que ia trazer ela pra mim.

Mas demorou, eram quase 18:00 quando escutei um barulho na porta, a enfermeira me chamou, e foi quando a ficha caiu de vez, olhando aquele bebêzinho cabeludo, pequeninho, com a pele enrugadinha, mas com os olhos abertos, nos encarando, que eu era PAI, nesse momento eu só pude dar um beijo nelas e sair porque a enfermeira disse que elas iam para o quarto em seguida.

Ás 19:30 elas foram pro quarto, já estava toda família esperando, e nesse dia a vida de todos nós começou a mudar, porque todos estavam ali por causa dela, e eu percebi que não precisava me preocupar com mais nada, pois tudo que eu precisava para fazer minha filha feliz estava naquele quarto, uma família disposta a ajudar.

quinta-feira, 25 de junho de 2015

A NOTÍCIA!

Eu sempre tive a intenção de fazer um blog, de forma simples, mas que fosse interessante, então há cinco anos atrás eu resolvi que ia fazer um sobre minha vida como pai, não poderia ter feito antes porque tenho uma filha e não teria experiência suficiente para descrever o que estava acontecendo da maneira correta, ou estaria vivendo a empolgação do momento e diria que tudo era muito fácil e muito bom, ou estaria apavorado demais e assustando quem chegasse até aqui. Então acho que esses cinco anos que esperei me deram tempo suficiente de saber como é ser pai e como avaliar todas as situações que passamos até aqui.

É claro que sei a importância que a mãe tem para uma criança pequena, mas tentarei abordar mais o lado de pai e filha, mas é inevitável que a mãe será citada nesse blog.

E para começar a nossa história eu vou contar um pouco de como foi receber a notícia que mudou a minha vida!

COMO TUDO COMEÇOU

Eu conheci minha esposa em setembro de 2008 numa festa, ficamos, começamos a namorar, apesar de nunca ter conversado com ela antes estudávamos na mesma faculdade e no mesmo curso, Educação Física, eu apesar de ter apenas 26 anos já era divorciado e ela tinha 21 anos quando nos conhecemos. O namoro começou a ficar sério porque mesmo morando em cidades separadas, as aulas da faculdade serviam para que a gente pudesse se encontrar todos os dias, e nos finais de semana eu ia para a casa dela, ou ela vinha para a minha. E todo mundo sabe como é inicio de namoro, e não vou mentir que foi acidente ou descuido nosso que ela engravidou, a gente não se cuidava mesmo, o que não aconselho ninguém a fazer, o certo é tomar cuidado, mas como a gente criou muita confiança um com outro sabia que a qualquer hora isso poderia acontecer. E aconteceu. Lembro como se fosse hoje aquela semana de agosto de 2009, ela aflita porque estava sentindo alguma coisa estranha acontecendo, e eu já pensando que ela poderia ter engravidado, resolvemos esperar até o fim de semana para fazer o teste, era véspera do aniversário da minha mãe e aproveitamos a casa cheia para que ela pudesse fazer o teste, esses de farmácia, sem que ninguém percebesse, eu lembro dos minutos esperando dentro do quarto enquanto ela tava no banheiro, acho que levou uns 10 minutos mas para mim pareciam dias, acho que nesse tempo eu planejei toda minha vida, o que ia mudar, o que teria que fazer, como ia fazer pra aumentar minha renda, já que só eu trabalhava, onde ia morar, como ia pagar, tudo e ao mesmo tempo sentia uma aflição porque estava gostando do que poderia acontecer e tudo ir por água abaixo caso o resultado fosse negativo. 

O RESULTADO

Apesar da casa estar cheia de visitas conversando eu escutei o barulho da chave destrancando a porta do banheiro, acho que tive aquelas sensações que as pessoas falam que a vida passou diante dos olhos, ficou tudo misturado na minha cabeça, as dúvidas apareciam, será que eu aproveitei tudo que podia da vida? Será que ela é a pessoa certa pra formar uma família? Será que eu vou ser um bom pai? Sim! Sim! Sim! Todas as dúvidas foram respondidas quando ela me disse que o resultado deu positivo. Tive que acalmar ela, ficou assustada, nervosa. Aí o próximo passo era contar para os nossos pais, e isso é o que mais assusta, porque a gente nunca sabe a reação das pessoas, na verdade eu estava mais preocupado com a reação dos pais dela, porque eu sabia da vontade da minha mãe e do meu pai em ganhar um neto ou neta. Mas eu entendia o medo dela em contar aos pais, afinal estava grávida, não estava casada, e não fazia nem um ano que a gente estava junto. Eu contei para os meus pais na segunda feira durante o almoço, e a reação foi a melhor possível, meu pai começou a rir, minha mãe me abraçou, e isso de certa forma nos aliviou um pouco para dar a noticia para os pais dela, o que aconteceu somente na quarta feira, pela manhã a mãe dela desconfiou que ela estava quieta e perguntou se estava acontecendo alguma coisa, ela disse que sim, a mãe perguntou se ela estava grávida e ela disse que sim, ou seja, ela não contou, ela confessou. E a reação deles foi a melhor possível também, levaram minha esposa para fazer o teste em um laboratório, para ter a certeza absoluta e a noite quando fui lá para ouvir um super sermão, fui bem recebido e juntos conversamos sobre o que fazer à partir daquele momento.

Hoje eu posso dizer com total certeza, minha vida é dividida entre antes e depois daquela noite de 14 de agosto de 2009, pois foi ali que comecei a me tornar pai!